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O que é Obstrução Arterial dos Membros?
A obstrução arterial dos membros (ou doença arterial periférica) é uma doença que ocorre nas artérias do sistema circulatório. Artérias são os vasos que carregam o sangue rico em nutrientes e oxigênio do coração para todas as áreas do corpo. A Doença Arterial dos Membros ocorre nas artérias que levam sangue para os braços e para as pernas. Artérias saudáveis possuem revestimento suave que impedem a formação de coágulos e permitem um fluxo sanguíneo regular. Na doença arterial dos membros as artérias se tornam estreitadas ou obstruem-se devido ao depósito de placas de gordura (aterosclerose) nas mesmas. Com as artérias estreitadas ou obstruídas, o sangue não consegue atingir os órgãos e tecidos de destino, causando lesões e morte dos tecidos.
Quais são os sintomas da Doença Arterial dos Membros?
A doença arterial dos membros pode se desenvolver lentamente ao longo da vida, e os sintomas podem aparecer apenas tardiamente. Para muitas pessoas, os sintomas não aparecem até que a artéria tenha um estreitamento de 50% ou mais.
O primeiro sintoma perceptível é a “claudicação intermitente”, que é dor na panturrilha desencadeada pela deambulação e outras atividades, melhora com repouso, e que reaparece após a pessoa retomar a atividade. Esta dor na maioria das vezes ocorre na panturrilha, mas também pode ser notada nas coxas e nas regiões glúteas, a depender do local da obstrução arterial. Os sintomas de claudicação intermitente podem incluir dormência, fraqueza e fadiga nos músculos da perna durante a caminhada, e que também aliviam ao repouso. A dor e outros sintomas podem ser severos a ponto de interferir com as atividades habituais. Este tipo de dor é causado pela quantidade diminuída de sangue que chega na musculatura da perna quando há uma obstrução arterial. Esta melhora com o repouso uma vez que os músculos requerem menor fluxo sanguíneo ao repouso.
Outros sintomas da doença arterial dos membros:
- Dor em queimação nos pés durante o descanso, especialmente à noite ao descansar com os membros elevados.
- Frialdade nos pés
- Aumento da ocorrência de infecção nos pés
Nas fases mais avançadas da doença ocorre a “dor de repouso”, ou seja, dor independente das atividades físicas. E no último estágio da doença há aparecimento de feridas que não cicatrizam e/ou gangrenas das extremidades (morte do tecido que gera uma aparência escura e sem vida). Nestes estágio há um alto risco de perda do membro (amputação) por falta de circulação.
Os pacientes com doença arterial dos membros frequentemente apresentam obstruções de outras artérias do organismo, uma vez que a aterosclerose é uma doença sistêmica. O acometimento nas artérias do coração pode levar ao infarto; se o acometimento é das artérias carótidas (que levam sangue ao cérebro), pode ocorrer o AVC (derrame); da mesma forma, se o acometimento é das artérias renais, pode ocorrer insuficiência renal e hipertensão arterial.
Quais são os fatores de risco da Doença Arterial Periférica?
Um paciente encontra-se em risco de desenvolver esta doença quando apresenta um ou mais dos seguintes fatores:
- Tabagismo (principal fator de risco)
- Diabetes mellitus
- Hipertensão arterial
- Dislipidemia (colesterol e triglicérides altos)
- Obesidade
- Sedentarismo
- Idade acima de 50 anos
- História pessoal ou familiar de doenças em outros vasos sanguíneos (coração, carótidas, etc)
Como a Obstrução Arterial dos Membros é diagnosticada?
Uma detecção precoce da doença é importante para que o tratamento seja instituído antes do desenvolvimento das complicações graves.
A história clínica e o exame físico são essenciais para o início da investigação. O Ultrassom Doppler Vascular muitas vezes é solicitado para avaliação dos locais acometidos e quantificação das estenoses (estreitamentos) das artérias.
Outros exames como a Angio-Tomografia Computadorizada, a Angio-Ressonância Magnética e a Arteriografia são solicitados a depender do caso.
Qual é o tratamento da Doença Arterial Periférica?
O tratamento inicial para pacientes com esta doença são as mudanças do estilo de vida para reduzir os fatores de risco e limitar a evolução da doença. Estas mudanças incluem:
- Cessar o tabagismo
- Alimentação balanceada – pobre em colesterol, gordura e sal
- Perder peso – em casos de sobrepeso e obesidade
- Atividade física – além de controle dos fatores de risco, fazer caminhadas faz parte do tratamento da claudicação intermitente (veja abaixo).
- Controle da hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto
- Cuidados com os pés – evitar feridas, infecção e outras complicações
O tratamento para pacientes com claudicação intermitente tem a atividade física como um dos pilares mais importantes. A realização de caminhadas programadas tem por objetivo estimular o desenvolvimento de novos vasos para substituir a irrigação sanguínea da artéria principal que encontra-se obstruída.
O controle medicamentoso dos fatores de risco também fazem parte do tratamento, em todos os estágios da doença.
Casos mais avançados com gangrena ou dor ao repouso exigem intervenção cirúrgica para a desobstrução das artérias acometidas. A cirurgia convencional envolve a retirada da placa que está obstruindo as artéria e/ou a confecção de pontes de veias safenas ou próteses nas pernas para restabelecimento do fluxo sanguíneo para o membro acometido. A cirurgia endovascular é menos invasiva e é detalhada no ítem abaixo.
Casos irreversíveis de perda de membro necessitam a retirada do local inviável, para evitar infecções.
Tratamento Endovascular da Doença Arterial Periférica – Angioplastia
A cirurgia endovascular é menos invasiva e tem menor agressão cirúrgica. Através de um pequeno acesso na virilha (punção através de uma agulha), são introduzidos cateteres e fio-guias que transpassam o local obstruído. Com a utilização de balões de angioplastia faz-se a abertura do local acometido, manipulando os dispositivos à distância. Em alguns casos se faz necessária a utilização de stents – dispositivos metálicos – para a manutenção do local tratado aberto.
Este procedimento – Angioplastia – também é utilizado para desobstruir outras artérias do corpo, como artérias renais, carótidas, e viscerais (artérias que levam sangue para os órgãos abdominais, como o fígado e o intestino).