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O que é trombose venosa profunda?
A trombose venosa profunda, popularmente conhecida apenas como trombose, é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias profundas dos membros inferiores (mais comuns) ou dos membros superiores. Este coágulo (trombo) impede a passagem e o fluxo normal do sangue naquele vaso, gerando consequências no sistema circulatório. A trombose é considerada aguda quando o tempo entre a formação do coágulo e o diagnóstico não ultrapassa 2 semanas. A partir da 3ª semana passa a ser considerada subaguda/crônica. A medida que o tempo passa, o coágulo sofre transformações dentro da veia, e quanto mais organizado (endurecido, fibrótico) este fica, mais crônica é a trombose. Chamamos de trombose recanalizada após o organismo reabsorver o trombo (parcial ou completamente). Nesta fase o sangue volta a passar pela veia acometida. Isto pode levar meses ou anos para acontecer, e em alguns casos a trombose não recanaliza.
Qual a diferença entre a trombose venosa profunda e a tromboflebite?
Trombose venosa profunda, como o próprio nome diz, acomete as veias profundas, ou seja, as veias situadas abaixo da fáscia muscular. Tromboflebite também é a formação de coágulos acompanhada de inflamação, porém que ocorre nas veias superficiais (como veias safenas e veias varicosas). Na tromboflebite ocorre endurecimento, dor e vermelhidão no trajeto da veia acometida. Quanto mais superficial for a veia acometida, mais visível será o processo inflamatório. Além dos mesmos fatores de risco para trombose venosa profunda, punções venosas e administrações de medicamentos endovenosos também podem desencadear tromboflebites.
Quais são as causas da trombose venosa profunda?
Um trombose venosa profunda é causada pela combinação de 2 ou mais das seguintes condições:
- Fluxo sanguíneo lento através de uma determinada veia
- Uma tendência do sangue coagular rapidamente, condição que algumas vezes é hereditária
- Irritação, inflamação ou dano à superfície interna da veia
Quais são os fatores de risco para trombose venosa profunda?
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de trombose são:
- Histórico de trombose prévia
- Tabagismo
- Alterações hormonais, como uso de anticoncepcional oral e reposição hormonal
- Fatores hereditários, como trombofilias
- Sobrepeso ou obesidade
- Sedentarismo
- Permanecer sentado por tempo prolongado ou com mobilidade reduzida, como em casos de viagens longas ( > 6 a 8 horas) ou pessoas acamadas
- Idade acima de 50 anos
- Cirurgia (principalmente ortopédica) ou trauma grave
- Repouso ou imobilidade prolongada
- Alguns tipos de câncer
- Varizes de membros inferiores
- Doenças como Insuficiência Cardíaca e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
- Cateteres venosos centrais
Os fatores de risco são cumulativos, ou seja, aumenta-se o risco quanto mais fatores o indivíduo possui.
Quais são os sintomas da trombose venosa?
Na maior parte dos casos o paciente apresenta-se com dor e edema no membro de início súbito. Nos casos de trombose na perna, a panturrilha pode ficar enrijecida e o paciente tem dificuldade para deambular. Também pode-se observar sensação de calor local.
Uma grande parcela dos casos tem apresentações atípicas e uma investigação minuciosa é necessária.
Como é feito o diagnóstico da trombose venosa profunda?
O Ultrassom Doppler Venoso é o exame realizado para o diagnóstico. Outros exames como Angio-Tomografia Computadorizada ou Angio-Ressonância Magnética podem ser necessários para diagnóstico de trombose de veias torácicas, abdominais ou pélvicas.
Quais as complicações da trombose venosa profunda?
A mais temida das complicações da trombose venosa é a embolia pulmonar. Ocorre quando o coágulo se desprende da veia e após viajar pela circulação venosa, acomete os vasos do pulmão. A depender do tamanho e quantidade de coágulos, esta condição pode ser fatal.
Outra complicação possível é o desenvolvimento da Síndrome Pós-Trombótica, na qual o paciente apresenta sintomas de insuficiência venosa crônica no membro acometido: edema crônico, dor em peso, e em casos avançados, desenvolvimento de feridas. Esta síndrome é mais comum em pacientes com tromboses extensas que afetam as veias principais e mais calibrosas dos membros inferiores, como as veias ilíacas e femorais. O tratamento adequado na fase aguda e crônica da doença ajudam a prevenir o desenvolvimento deste quadro.
Qual é o tratamento da trombose venosa profunda?
Os objetivos do tratamento da trombose são impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que o coágulo se desprenda e provoque uma embolia pulmonar, reduzir a chance de recorrência da trombose e diminuir/evitar sequelas no membro acometido pela trombose.
O tratamento é feito com medicações anticoagulantes prescritas de acordo com cada caso por um período entre 3 a 6 meses (ou indefinido em casos com fatores de risco não elimináveis ou recorrências de trombose). Uso de meias elásticas (em trombose nos membros inferiores) e de braçadeiras elásticas (em trombose nos membros superiores) são fundamentais para a melhora do edema e a prevenção da Síndrome Pós-Trombótica.
Em casos agudos de trombose de veias calibrosas (como veias ilíacas) que causam muitos sintomas e algumas vezes até diminuição da perfusão do membro (flegmasias) é realizado o tratamento endovascular (vide abaixo).
Qual é o tratamento das tromboflebites?
As tromboflebites costumam ser autolimitadas, e o uso de anti-inflamatórios e calor local melhoram o quadro clínico agudo. A retirada cirúrgica das veias acometidas após a melhora do quadro agudo está indicada em alguns casos para reduzir a chance de recorrência da inflamação.
A depender da veia acometida, o uso de anticoagulantes também será indicado.
Tratamento Endovascular da Trombose Venosa Profunda – Trombectomia
Casos de trombose aguda de veias importantes e calibrosas do membro, como veias ilíacas e femorais, que esteja associada a sintomas severos e alto risco de evolução para Síndrome Pós Trombótica, tem indicação de Trombectomia. Trata-se de um procedimento cirúrgico endovascular, no qual através de uma pequena punção são usados dispositivos para a aspiração dos coágulos. Muitas vezes também é necessário o uso local de medicações fibrinolíticas, infundidas através de cateteres posicionados dentro do trombo, no intuito de dissolver o coágulo formado.
Se identificadas áreas de estreitamento venoso como provável causa da trombose, a angioplastia (uso de balões e stents) é realizada após a resolução dos coágulos, na maioria das vezes no mesmo procedimento.